a
Todos os direitos reservados 2023
Cardoso Advogados Associados
.
CNPJ 24.723.912/0001-50

9:00 - 18:00

Abrimos de Segunda - Sexta.

(21) 3189-6625

Aguardamos pelo seu contato

Search
Menu

Ameaçado de sequestro, Pelé não queria ser Pelé, revela documentário da Netflix

Cardoso Advogados Associados > Covid  > Ameaçado de sequestro, Pelé não queria ser Pelé, revela documentário da Netflix

Ameaçado de sequestro, Pelé não queria ser Pelé, revela documentário da Netflix

O documentário Pelé, que estreou hoje na Netflix, começa com as cenas no estádio Azteca, no México, momentos antes da final da Copa de 1970. Ver as imagens em tecnicolor de Pelé correndo, driblando, caindo, parecem deslocadas no tempo. Em contraste com as espetaculares jogadas coloridas em campo aparecem na sequência tomadas em preto e branco de seguranças em torno de Pelé, protegendo o ídolo das multidões, “idolatrado a ponto de parecer quase um prisioneiro, ameaçado de sequestro e morte.”

O mundo segue mudando. Siga em evolução com a EXAME Academy

Andando com a ajuda de uma bengala, consequência de uma série de lesões e complicações cirúrgicas no quadril, o Pelé de hoje dá depoimentos sobre a pressão que sentia então. “Naquele momento eu não queria ser Pelé. Eu não gostava, eu não queria”, diz, enquanto as cenas mostram o jogador muito estiloso, com um paletó vermelho risca de giz no ônibus da seleção, porém de cara fechada, ou carrancudo em campo. Aquela, para ele, já estava certa como sua última participação em Copa do Mundo.

Também aparecem cenas de relance de Pelé com personalidade do mundo todo, de artistas a monarcas. Esse foi outro ponto fora da curva na vida do craque: ele elevou os jogadores de futebol ao patamar das celebridades. Reza a lenda, confirmada pelo próprio, que Ronald Reagan teria dito a ele em certa ocasião: “Eu sou o presidente dos Estados Unidos, mas você não precisa se apresentar. Todos sabem quem é você.”

A entrada de Pelé no hall da fama foi carimbada durante sua passagem pelo Cosmos, nos Estados Unidos, entre 1974 e 1977. Em Nova York, o jogador que nasceu na mineira Três Corações era vizinho de escritório de Robert Redford, jogava tênis com Steven Spielberg em East Hampton, costumava se encontrar com Jackie Kennedy.

Pelé podia reclamar da pressão na Copa de 1970, como mostra o filme, mas parece ter desfrutado de sua passagem nova-iorquina. Ele também almoçava de vez em quando com Muhammad Ali e teve o famoso retrato em serigrafia produzido por Andy Warhol, arrematado no ano passado em um leilão por 3,5 milhões de reais. Pela Warner Communications, empresa de entretenimento com quem tinha contrato, podia usar um Cadillac preto, com telefone a bordo, um luxo difícil de imaginar no mundo pré-celular.

Melhor e mais bem pago

Pela fama, pela pressão, pela reverência dos torcedores, Pelé pode ser considerado o precursor de Messi, Cristiano Ronaldo e Neymar, os jogadores mais bem pagos hoje. O feito de Pelé merece ainda mais crédito por um simples fato: os craques de hoje vivem em um mundo globalizado, em que suas partidas são transmitidas nos quatro cantos e suas contas no Instagram permitem aos fãs uma falsa sensação de proximidade. “Eu não sabia que existiam outros países, eu achava que o Brasil era um dos países mais lindos do mundo”, conta Pelé no filme.

Em outro aspecto é possível traçar um paralelo entre as carreiras de Pelé e dos craques da atualidade encontram paralelo: os rendimentos. Se o Rei atuasse hoje, faturaria 223 milhões de dólares por ano, segundo estimativas da Forbes. As contas levaram em consideração valores correspondentes para cotas de patrocínio e direito de imagem, patrocínio individual, e cota de fidelidade. O valor da multa rescisória de Pelé chegaria a 302 milhões de dólares.

São cifras bem superiores aos dos astros do momento. Em setembro do ano passado, a mesma Forbes divulgou uma lista com os jogadores mais bem pagos em 2020 no mundo, com métricas semelhantes aos cálculos feitos para esta reportagem. Messi aparece em primeiro com 126 milhões de dólares, seguido por Cristiano Ronaldo, com ganhos de 117 milhões, Neymar com valor equivalente a 96 milhões e Mbappé com 48 milhões.

As contas não são tão simples, no entanto, por um motivo bastante singular. Os contratos hoje dos jogadores de elite levam em conta uma porção de variáveis, como contou à Casual EXAME o advogado de uma dessas estrelas internacionais.

Minutos em campo, presença em partidas, lesões, mau comportamento, tudo isso é considerado na hora de fechar um contrato com um clube – além, é claro, de número de títulos, gols e até de assistências. O salário final, no fim, pode variar bastante de acordo com desempenho. Nada tão diferente dos acordos de executivos de grandes corporações.

Segundo apuração da Casual EXAME, a receita hoje de Pelé, aposentado há mais de quatro décadas, vem do aluguel de alguns imóveis e de roylaties repassados pela Sports 10, empresa americana que detém todos os direitos sobre o uso do seu nome. Uma campanha com a marca de relojoaria suíça Hublot, por exemplo, tem número de horas dedicadas a fotos e menções da marca nas redes sociais do craque estipuladas pela companhia.

As revelações do filme da Netflix

Em campo, os feitos de Pelé em campo são incomparáveis, como contamos na resenha do filme na edição de fevereiro. Três Copas do Mundo vencidas, mais de mil gols marcados, lances de genialidade, preparo físico à frente de seu tempo nos anos 1960. Qualquer tentativa de provar para as gerações recentes que ele mereceu o título de Rei do Futebol é válida. Por isso, desperta interesse o documentário singelamente batizado de Pelé, produção da Netflix em associação com a britânica Pitch Productions.

O filme traz cenas inéditas de arquivo e entrevistas recentes com o próprio Pelé e ex-companheiros de gramado como Zagallo. A visão estrangeira de dois diretores britânicos (Ben Nichols e David Tryhorn) será inevitavelmente comparada à maior produção anterior sobre o grande craque, a brasileira Pelé Eterno, dirigida em 2004 por Aníbal Massaini Neto – que era uma espetacular compilação de gols prejudicada pelas entrevistas robóticas ou desnecessariamente exageradas nos elogios.

O novo documentário tem como um dos produtores Kevin Macdonald, que ganhou o Oscar de Melhor Documentário de 1999 com Munique, 1972: Um Dia em Setembro, sobre o massacre de atletas israelenses por terroristas durante as Olimpíadas. Um atestado de qualidade do filme, portanto, nada menos do que merece o maior jogador de todos os tempos.

De 0 a 10 quanto você recomendaria Exame para um amigo ou parente?
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10

Clicando em um dos números acima e finalizando sua avaliação você nos ajudará a melhorar ainda mais.